Promessas, antigas e novas.
"Sombras em Innistrad"
Uma centena ou mais de pares de olhos o observaram, por trás máscaras elegantes, enquanto ele atravessava o salão.
Outra pessoa poderia ter se sentido como um rato em um ninho de corujas, mas não ele. Ele caminhou, seus passos ecoando pelo salão, interrompendo os todos sussurros que falavam o mesmo nome.
"Sorin Markov," disse uma voz "musical" acima dos
sussurros, uma voz ao mesmo tempo feminina e sarcástica, uma voz que formava cada sílaba do seu nome de tal maneira que deu Sorin a impressão de que uma piada estava por vir.
Mas isso não importava.
O que importava é que era uma voz familiar, e que pertencia à pessoa que ele tinha vindo aqui para ver.
"Parece que eu interrompi uma festa e tanto", Sorin disse, varrendo uma mão em um amplo arco antes de repousa-la em seu peito, em uma saudação debochada e teatral. "Por isso, eu sinto muito. Mas, por favor, Olivia, revele-se. Precisamos conversar." Ele examinou o salão, onde muitos vampiros se reuniam para participar das festividades pródigas oferecidas por sua anfitriã. Sorin já tinha participado de dezenas, se não centenas de tais eventos.
Mas há mais de mil anos abandonara tal hábito.
Por fim, um dos vampiros baixou sua máscara, uma peça de porcelana, moldada como uma zombaria da garça-real de Avacyn. Ela a jogou para o lado, e com o mesmo esforço que alguém faz para piscar, subiu no ar, em uma demonstração do poder que corria em seu sangue antigo.
"Eu não consigo imaginar algo que tenhamos que discutir, senhor de Innistrad", disse Olivia, inclinando-se na cintura. Era a sua vez de empunhar teatralidade e deboche, e ao redor do salão de baile, o riso irrompeu.
Sorin ignorou o insulto. Esta era a casa dela, afinal, e ela poderia ter sua diversão. Ele simplesmente devolveu seu olhar, fitando seu rosto pálido, emoldurado por cachos vermelhos grossos. Ele conhecia esse jogo. Ela pareceria superior a ele. Era uma performance que ela tinha praticado muitas vezes, mas ele não era um desses neófitos desesperados para conquistar seu favor, e ele não iria tolerar isso por muito tempo.
"O descendente de Edgar Markov não é bem-vindo aqui", ela continuou. Em seguida, ela fez um gesto para ninguém em particular. "Tirem-no daqui."
Sem hesitar, meia dúzia de vampiros emergiram dos celebrantes. Um deles puxou uma fina lâmina da bainha. "Lady Voldaren lhe pediu para sair", disse ele. "Aqui não é seu lugar."
Então, a paciência dele acabou.
A espada de Sorin desapareceu em uma sucessão de flashes, deixando cinco de seus atacantes se contorcendo no chão, ondas de vapor preto esvoaçante esguichando de feridas profundas. Apenas um permaneceu - o que sacara a espada.
Em vez de revidar, Sorin para Olivia para se certificar de que ela estava atenta.
Ela estava.
Em seguida, ele levantou a mão, e quando o duelista se lançou contra ele, Sorin a fechou , e, de repente, o corpo de seu atacante explodiu em uma dispersão de cinzas.
A sala ficou em silêncio.
Ele tinha a atenção deles.
Mais importante, ele tinha a dela.
Ele embainhou sua espada, e deu um passo adiante. Havia uma razão para a sua visita, e por mais que isso trouxesse um gosto amargo à sua boca, ele disse:
"Eu preciso de sua ajuda."
A boca de Olivia ampliou-se em um sorriso, até que seus lábios se abriram para revelar dentes que já tinham significado o fim de inúmeras vidas humanas através dos séculos.
Ela flutuou para baixo, para ele, seus movimentos tão suaves que o líquido vermelho em seu copo mal ondulava. Apesar da elegância do vestido, ela estava descalça, tal como Sorin se lembrava. E agora, enquanto ela se aproximava, os dedos dos pés planavam, polegadas acima do chão de pedra polida.
Olivia encarou Sorin, inclinando a cabeça para um lado e depois do outro, como se tentando entende-lo.
"O meu socorro? E aqui eu estava convencida de que esta seria uma visita desagradável."
Sorin sabia que ela iria apreciar isso, mas ele estava ficando impaciente.
"Bem, pelo menos esta será uma festa memorável", disse ela, pontuando sua observação, levantando o copo, e derramando seu conteúdo em sua boca.
Em seguida, Sorin foi forçado a mover-se para o lado, quando Oliva passou por ele. A multidão de foliões mascarados abriu passagem à progenitora Voldaren, que calmamente acenou com a mão - um convite para Sorin a seguir.
O par de vampiros antigos fez o seu caminho através de uma sucessão de aposentos, cada um cheio de convidados da festa.
Em um estúdio mal iluminado, Sorin observou um punhado de vampiros amontoados em uma extremidade do aposento, de onde um gemido fraco, mal forte o suficiente para merecer a atenção, emanava do seu centro. Um dos vampiros olhou para Sorin, e, com sangue escorrendo pelo queixo, rosnou irritado com a intrusão. Além dele, Sorin vislumbrou um braço estendido com fitas de vermelho escorrendo pelo seu comprimento.
Olivia conduziu Sorin além do estúdio, até uma enorme sala de jantar - um longo corredor, cavernoso com uma dúzia de candelabros espaçadas sobre a extensão de uma elegante mesa, talhada em madeira preta.
Em torno dela, mais dos convidados de Olivia estavam reunidos, banqueteando-se com alimentos decadentes e bebendo. Era uma sala que Sorin lembrava bem de suas visitas anteriores, e ele sabia que Olivia tinha tomado o caminho mais longo até aqui. Ela queria que ele visse a alimentação, queria ostentá-la.
Ela deve ter pensado que iria atingi-lo.
Quão pouco ela entendia.
"Fora", disse Olivia. Embora tenha soado menos como um comando e mais como uma sugestão brincalhona, os convivas obedeceram. Com a sua partida foram-se os sons de celebração. No momento em que Olivia e Sorin tomaram seus assentos no final da mesa, o quarto estava em silencio.
"Por aqui, Sorin Markov?" Olivia perguntou. "Por que não ir mendigar em sua própria porta?"
"Vou assumir que você ainda não saiba." Olivia levantou uma sobrancelha. "A mansão do meu avô não existe mais."
Olivia riu, e foi a menos melódico do que Sorin esperava.
"Você acha a notícia divertida?" ele disse.
"A notícia não é divertida", disse Olivia. "O mensageiro, no entanto ..." Com enorme graça, ela caiu nas almofadas da cadeira. "Se a Mansão Markov está em ruínas, então procure Avacyn, sua própria criação. Ela já destruiu o Castelo Falkenrath e toda a sua linhagem. Sua criatura está louca. Francamente, o fato de que eu não rasgá-lo em pedaços quando você manchou minha casa é uma marca de minha generosidade ".
"Eu vou deixar isso passar, Olivia, porque eu preciso que você ouça atentamente o que eu vou dizer."
Ele se levantou de seu assento e se inclinou sobre os nós dos dedos. "Acabo de vir da Mansão Markov. Saiba isso – ela não teve o mesmo fim que o Castelo Falkenrath. Eu vim até você, porque a ruína da Mansão Markov marca o início de algo terrível para este mundo."
“Algo terrível para você, certo?”
Por que não? De fato era algo terrível para ele, mas isso não afastava o perigo do resto de Innistrad.
Essa nunca fora sua intenção.
E seus pensamentos vagaram para uma outra era.
__
A consciência de Sorin tinha se perdido nas semanas que ele tinha passado aqui. Ou foram meses? Anos?
Ele não poderia saber, mas no meio de seu transe, uma mancha de branco o encontrou. Passou através de todas as camadas de sua consciência, crescendo mais a cada momento, até que, finalmente, o tocou. E então, no espaço de um piscar de olhos, as partes rebeldes de sua mente atropelaram-se, tentando encontrar seus lugares corretos em seu ser.
A sensação foi quase grande demais para ele suportar. Algo estava errado. Algo lhe tinha puxado, prematuramente, de sua restauração.
Quando seus olhos se abriram, Sorin viu-se sentado no chão de pedra de um santuário modesto.
Lentamente, ele se levantou, uma tarefa que exigiu mais esforço do que deveria. Ele ainda estava enfraquecido, esgotado.
Enquanto erguia-se com pernas bambas, ele notou uma mancha escura que se estendia por todo o chão - uma sombra negra permanente no santuário, na forma de um anjo, um testemunho da magnitude da seu recente esforço, de sua criação.
Em seguida, a luz branca, mais uma vez explodiu na cabeça de Sorin, e com a névoa do transe levantada, ele reconheceu o que era aquilo - a assinatura de outro Planinauta entrando em Innistrad, indo para a sua Câmara Infernal.
A recuperação teria que esperar. Innistrad era sua, e os visitantes poderiam permanecer aqui apenas com sua permissão. Ele deveria descobrir a intenção do visitante. Se chegasse a ponto de haver um duelo, lutar em seu estado atual estaria longe de ser ideal, mas uma ameaça para o plano era inaceitável. Mesmo debilitado como estava, ele ainda era mais formidável do que a maioria, e, além disso, desta vez ele teria ajuda.
Em uma explosão de fumaça, negra como tinta, Sorin Markov partiu para descobrir quem ousara intrometer-se em seu plano.
Outra explosão de fumaça e Sorin materializou-se na sombra de uma árvore retorcida, cujas ramificações terminavam em grupos de folhas vermelhas.
De onde estava, a cortina de nuvens cinzentas servia como pano de fundo, contra o qual um pedaço monolítico de prata repousava em um promontório, na borda de um penhasco.
Na penumbra, a massa de prata parecia quase preta. A Câmara Infernal tinha vindo de lua de prata de innistrad, e fora preciso um grande esforço para Sorin para trazê-la aqui.
Enquanto ele observava, uma figura surgiu por trás da câmara. Uma mulher pálida, com cabelos brancos caindo sobre o rosto de maneira desgrenhada.
Com as pontas dos dedos, ela tocava a superfície áspera da Câmara Infernal. Ela usava trajes simples, com uma faixa vermelha em torno de um antebraço servindo como seu único enfeite.
Sorin a reconheceu imediatamente.
A lithomancer.
Nahiri.
Ela era uma kor de Zendikar, que ele tinha conhecido há milênios. Eles tinham viajado juntos por um tempo, mas não se viam há muitos anos. Vê-la aqui em Innistrad, desconcertou Sorin. Em todas as suas viagens, ele nunca a trouxera aqui. Seu último encontro tinha sido em seu plano natal, e, por causa da natureza de sua despedida, ele nunca pensou que ele iria vê-la novamente.
E ainda assim, aqui estava ela.
No momento, Nahiri parecia cativada pela Câmara Infernal, de modo que Sorin se aproximou em silêncio.
Se alguém poderia realmnete apreciar o que ele tinha feito, seria ela.
"Você vai ter que perdoar a minha tentativa rudimentar de moldar pedra, minha jovem", disse ele, em pé atrás dela.
Ao ouvi-lo, Nahiri virou-se. Seu rosto abriu-se num sorriso largo quando ela tropeçou em suas primeiras tentativas de uma resposta até que, finalmente, as palavras saíram de seus lábios.
"Meu amigo! Você está vivo!"
"E por que seria o contrário?" Ele manipulou os músculos do seu rosto para formar um sorriso, e estendeu a mão para coloca-la sobre o ombro dela.
"Você nunca veio." Ela cobriu a mão dele com uma das suas. "Em Zendikar, quando eu ativei o sinal no Olho de Ugin, você nunca respondeu. Eu temia -"
Sorin retirou a mão. "Os Eldrazi escaparam de suas amarras?"
"Sim."
Uma amargura cáustica subiu na garganta de Sorin. "Onde está Ugin?" Ele perguntou.
"Ele não veio também", disse Nahiri, olhando para Sorin. "Mas eu lidei com isso. Sozinha. Com toda a força que pude reunir, consegui selar a prisão dos titãs".
Ela falou com uma confiança que Sorin não se lembrava. Havia, agora, poder nela que não estava lá quando eles se conheceram há milhares de anos.
E, de repente, ali com Nahiri, Sorin tornou-se muito consciente de seu próprio estado enfraquecido.
"Quando terminei, eu vim procura-lo," Nahiri continuou, "eu tinha que saber se você ainda vivia. E aqui está você." Depois de um momento, o sorriso de Nahiri lentamente desapareceu. "Então, onde você estava? Sorin, por que você não respondeu ao sinal?"
"Nunca me alcançou", disse ele.
"Como isso é possivel?"
"Hmm." Sorin estendeu o braço por Nahiri e pressionou sua mão contra a superfície da Câmara Infernal.
"Você dedicou-se a vigiar os Eldrazis, e tornou-se claro para mim que meu plano natal também tinha uma extrema necessidade de proteção, particularmente em minha ausência. Esta Câmara Infernal é metade do que eu criei para servir como tal proteção. Não é inconcebível que o sinal foi incapaz de romper a mágica que protege o plano ".
Nahiri sacudiu a cabeça. "Você sabia que que isso iria acontecer?"
"Não, me ocorreu a possibilidade", Sorin respondeu.
Era verdade, mas ele sentiu um tom de acusação na pergunta, e ele se viu pesando suas palavras. "Apesar de eu ver, agora, que ela existia."
"Uma possibilidade? Você arriscou o meu lar, e muito mais." Havia mágoa em sua voz. "Você me abandonou."
Sorin fez um gesto de desdém com as mãos. "Eu estava simplesmente tomando as precauções adequadas para proteger o meu plano. Dificilmen-"
"Tínhamos um acordo, você e eu" A voz de Nahiri de repente mudou. Era gelada, desprovida do calor de apenas um momento atrás.
Um silvo agudo escapou entre os dentes de Sorin e Nahiri deu um passo na direção dele, só para ele virar as costas para ela.
"Não me ignore", disse ela. "Eu estava disposta a colocar em risco a minha casa, atraindo os Eldrazi para lá. Tornei-me prisioneira em meu lar, para vigiá-los. Passei milênios com esses monstros. Você sabe o que é isso?" Enquanto falava, o chão começou a tremer. "Tudo o que tinha a fazer era vir quando eu precisei de você."
"Não presuma possuir comando sobre minhas ações, jovem", Sorin respondeu, batendo a mão de Nahiri para o lado. "Eu sou não sou obrigado a nada. Eu não lhe devo nada! Quando você ascendeu, fui eu quem a encontrou. Eu poderia ter acabado com você lá, mas eu a poupei." Ele se virou para ela, e de repente, seu rosto estava há apenas polegadas do dela. Em um sussurro, ele continuou, "Eu te acolhi debaixo da minha asa, e te moldei no que você é. Se você acha que é necessário incomodar alguém, vá encontrar Ugin. Não tenho paciência para isso."
A terra sacudiu violentamente, e por um instante, Sorin teve que lutar para manter-se em pé.
Sob os pés de Nahiri, uma coluna de rocha surgiu do solo, elevando-a no ar. "Eu não vou para lugar nenhum."
___
Sorin pegou o copo de cristal para inspecionar o conteúdo vermelho dentro. Uma película fina tinha começado a formar sobre toda a sua superfície. Entre dois dedos pálidos, Sorin torceu a delicada haste do vidro, de modo que a película cedeu e o líquido fluiu livremente. Ele levantou o vidro fazendo com que a luz do candelabro o atravessasse, e ele observou formas de luz vermelha esticando-se ao longo dos talheres na mesa.
"Você sabe por que eu criei Avacyn, Olivia?" Sorin disse finalmente. Com a menção desse nome, o sorriso dissolveu-se do rosto de Olivia, e Sorin permitiu-se obter uma certa quantidade de prazer nisso. "Eu criei ela para proteger esse mundo."
Olivia estalou a língua - Sorin cheirou o sangue no copo antes de bota-lo de volta na mesa - "Uma protetora", ela gritou. "Você se atreve a vir a minha casa e perturbar meus convidados com este absurdo?" Era a sua vez de se levantar de sua cadeira. "Nós não temos falado desde sua traição-desde que você envergonhou o nobre nome de seu avô. O fato de você sentar aqui na minha frente na minha própria mesa é uma vergonha que eu vou ter que suportar. Mas, se você acha que eu vou tolerar sua tentativa se fazer de heró- "
"Você já terminou?" Sorin interrompeu. Ele não estava aqui para justificar-se. Não para ela - Ele estava aqui para explicar algumas coisas.
"É verdade que o nosso presente da longevidade é muitas vezes emparelhado com a miopia, mas há pessoas que são ameaças maiores do que a nossa alimentação excessiva."
Olivia bebeu o sangue restante de seu copo.
"Uma dessas pessoas", Sorin continuou, "veio para cá, e ela ameaça todo o nosso mundo. Eu não posso permitir isso."
___
Sorin ergueu o olhar para Nahiri, que pairava sobre ele, em seu pilar de granito.
Em volta deles um campo de pedras flutuavam no ar, desafiando a gravidade em favor de um mestre mais poderoso. Era um exército obediente à espera de um comando. Mesmo com o vento soprando pelo cabelo de Sorin e batendo no couro de seu longo casaco, as pedras permaneciam imóveis no ar.
Parecia, para Sorin, que todo o plano estava segurando a respiração.
Não havia dúvidas do poder que Nahiri agora controlava, o poder que tinha amadurecido com ela. A pedra não mais se limitava a obedecer ao seu comando. Era parte dela, e através dela, ela poderia atravessar Innistrad e deixar seu plano em ruínas.
A única pedra que permaneceu além da influência de Nahiri, parecia ser a Câmara Infernal. Então, Sorin tinha colocado-se de costas para ela, de modo a não poder ser atacado por todos os lados. Se ele estivesse com sua força intacta, ele acabaria com isso sem muitos problemas. Mas sua energia ainda estava debilitada, e, enquanto se apoiava sobre a sua espada para manter-se em pé, ele amaldiçoou a si mesmo.
Com um som como ossos estalando, Sorin assistiu o pilar de Nahiri mover-se, carregando a lithomancer lentamente para ele. As pedras se separavam abrindo passagem, e quando ela passou por uma laje alongada, ela mergulhou a mão nela tão facilmente como se em uma lagoa.
Depois de um momento, toda a pedra ficou vermelha, e, em seguida, quebrou em um milhão de peças até que tudo o que restava era uma espada totalmente formada na mão de Nahiri. A lâmina ainda brilhava, branca, fresca de sua pedra-forja, e Sorin se viu no fim de sua ponta branca.
"Sorin", disse Nahiri em uma voz que percorria todas as pedras, fazendo parecer que vinha de todos os lugares ao mesmo tempo ", você vai cumprir a sua promessa.Você vai voltar comigo para Zendikar - Você vai me ajudar a verificar as nossas medidas de contenção, e garantir que o Eldrazi estão presos. Só então eu permitirei que você escape ".
Sorin cuspiu.
Então ele sentiu.
Além da espada de Nahiri, e do final que ela prometia, as nuvens negras agitaram-se acima deles, e, enquanto ele observava, uma lança de luz cortou o cinza. As nuvens se abriram, e um cometa prateado atravessou a abertura.
Avacyn.
Sua Avacyn.
Ela tinha vindo para proteger Innistrad de uma ameaça extra planar, exatamente como ele a tinha criado para fazer.
De início, Nahiri não pareceu notar. E quando o fez, só teve tempo para ser atingida pelo arcanjo, com tal força, que foi arrancada da coluna de pedra.
Sorin assistiu enquanto elas rasgavam uma cratera profunda na terra onde caíram.
As inúmeras pedras suspensas desabaram para o chão.
Quando, finalmente tudo se acalmou, foi Avacyn quem se levantou primeiro. Ela ergueu a lança, e luz floresceu ao longo dos seus pontos individuais, crescendo em intensidade até se tornar quase demasiado brilhante para ser vista.
Sorin protegeu os olhos, enquanto Nahiri era engolida pela terra, no exato momento em que o arcanjo atacou com sua lança - Quando as pontas tocaram na rocha exposta, a superfície explodiu em uma nuvem de pedra quebrada e poeira, e Avacyn foi forçada a proteger o rosto com os braços.
De onde estava, Sorin precisou de alguns momentos para perceber o que estava acontecendo. Através da poeira ele viu Nahiri desferindo uma chuva de golpes com sua espada, que ainda brilhava.
A lâmina cortou o ar, deixando rastos de luz laranja. Faíscas saltaram da lança de Avacyn quando ela bloqueou o ataque. Mas os golpes eram muitos, e muito ferozes. Logo, Avacyn bateu em retirada. Ela tentou voar, mas Nahiri levantou-se acima dela em outra coluna de pedra, forçando o arcanjo de volta para o chão com seu ataque implacável.
Nahiri destruiria Avacyn. O pensamento surgiu na mente de Sorin, mais como um vislumbre da realidade, de que como uma possibilidade. Não! Criar Avacyn tinha demandado muito si, para deixar Nahiri simplesmente acabar com ela assim.
Com a força que conseguiu reunir, ele se jogou para a frente. "Basta!" Ele murmurou, e quando a espada de Nahiri formou um arco para baixo novamente, bateu contra a arma de Sorin.
"Basta!", disse ele novamente.
Por um momento, os dois Planeswalkers permaneceram face a face, lâmina contra lâmina. Sorin a estudou – seus olhos estavam fixos em Avacyn, e naqueles olhos Sorin reconheceu confusão.
"O que é isso, Sorin?" Nahiri disse entre dentes cerrados. "Como você conseguiu escravizar um anjo? Quem é ela?"
"A outra metade", Sorin respondeu. Ele tocou a espada de Nahiri. A lâmina quente fez um chiado agudo quando seus dedos se fecharam em torno de sua luz, e, enquanto Nahiri lutava para libertá-la, Sorin encostou a ponta de sua espada na garganta dela.
Estrias de suor marcavam a poeira que se agarrava à sua pele, e seus traços havia assumido uma Semblante grave.
Nahiri largou a espada, e Sorin jogou-a para longe.
Atrás dele, Sorin sentiu a energia Avacyn, e ele levantou uma mão ordenando-a que parasse.
Então, para sua antiga protegida, ele disse:
"Fique sabendo, jovem, eu nunca quis isso ".
__
Sorin? "Olivia disse.
Ouvir o nome dele fez Sorin perceber o silêncio que havia aumentado e preenchido a sala nos longos momentos desde que ele falou pela última vez.
" Sorin ", Olivia disse de novo." Quem é essa ameaça? Ou melhor, o que você fez? "
"Muito. Não o suficiente", disse ele, olhando para a mesa de banquete preta. Sua mente ainda estava repetindo os eventos de séculos atrás.
"Vamos, Sorin. Você não pode decidir tornar-se enigmático na melhor parte."
Sorin se virou para ela, mas não disse nada, mesmo quando aquele sorriso típico dela encontrou o caminho de volta para seu rosto.
"Devo admitir que você despertou meu interesse. Qualquer coisa que te deixe desse jeito, me é cativante. Mas você veio até mim, Sorin. Então me diga, o que posso fazer por você?"
Em um instante, o nevoeiro do passado evaporou-se. "Invoque o poder de sua linhagem, Olivia. O que sobrou dos Markovs já está se reunindo. Juntos, nosso poder combinado pode enfrentar essa ameaça."
"Por que eu deveria? Por que eu não deveria me aliar com esta ... ameaça? Ilumine-me, como eu me beneficiari-"
Ela parou no meio da frase e, de repente soltou uma risada que parecia em desacordo com sua voz melodiosa. Seus olhos brilharam com uma alegria frenética que Sorin reconheceu como o olhar destinado à uma presa.
"Oh, Sorin," ela disse recuperando a compostura. "Eu vou ajudá-lo. Mas, primeiro... você vai me ajudar."
Fonte: Liga Magic
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